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terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Biografia - Arcelina Helena Publio Dias

Arcelina Helena Publio Dias
Arcelina Helena Publio Dias, jornalista desde 1968, trabalhou no Jornal do Brasil e no Estado de S. Paulo. Durante 11 anos foi diretora e editora do Jornal do DIAP - Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar.
Como professora da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília, lecionou jornalismo sindical e comunitário. É autora de "Sinais de Esperança", editado pela Vozes, em 2001, onde relata a primeira peregrinação entre os excluídos das três Américas; e de "Crônica do Salário Mínimo", editado pela Record, em 1995, onde num testemunho-reportagem relata sua experiência de viver com um salário mínimo na periferia de Belo Horizonte. Foi também assessora de imprensa na campanha presidencial do Dr. Tancredo Neves e do ex-governador de São Paulo Dr. Franco Montoro.

Desde 1998, Arcelina, quando não está peregrinando, participa no Mosteiro da Anunciação do Senhor, em Goiás, onde é oblata beneditina.

A História de Arcelina Publio Dias
Após perder o único filho, vítima das drogas, há 10 anos, a jornalista Arcelina Helena Públio Dias, 62, tomou uma decisão que mudaria sua vida radicalmente. Demitiu-se do cargo de diretora e editora de um jornal, e de professora da Universidade de Brasília; vendeu tudo o que possuía — uma casa no Lago Norte de Brasília, roupas, carros, jóias e várias coleções de objetos valiosos —; e doou o total do dinheiro a uma instituição de recuperação de dependentes químicos.

Arcelina abandonou tudo para tornar-se leiga consagrada, uma espécie de monja, no Mosteiro da Anunciação, na cidade de Goiás, onde dedica-se a escrever uma série de livros sobre os excluídos em todo o mundo. A nova função já a levou a países de três continentes. Mudança radical? Loucura? Pode ser. Mas a serenidade conquistada por Arcelina demonstra que mudar de vida, na maioria das vezes, pode ser a decisão mais acertada.

É verdade que quase sempre as grandes viradas na vida são precedidas por um grande acontecimento, como foi o caso da jornalista. A dor da perda do filho pesou tanto a ponto de produzir em Arcelina o desapego total à vida material e o desejo profundo de dedicar-se ao próximo.

Mas tanto psicólogos, quanto terapeutas são unânimes em afirmar que nem sempre é necessária a ocorrência de uma tragédia para transformar estagnação em ação. Ou seja, todos temos capacidade para mudar o que não nos faz felizes.

As maiores viradas, segundo os especialistas, são aquelas postas em prática no dia-a-dia, que independem de um trauma ou rompimento para serem concretizadas. Coisas simples, como ajudar um colega de trabalho pelo qual se tem antipatia, planejar as tarefas diárias, e mudar as características pessoais que são pedrinhas no sapato da realização pessoal e da convivência com os demais são exemplos de ações que promovem, sim, grandes mudanças. “A superação diária exige evolução da consciência”, explica José Luiz Tejon, no livro A Grande Virada, que foi lançado pela Editora Gente.

Na maioria das vezes, porém, as pessoas só percebem a necessidade de mudança quando um problema as impele a isso. Existe um senso de acomodação tão grande que muita gente só modifica algo em suas vidas quando sente que não dá mais para adiar.

Arcelina inventou um nome para ilustrar o estado de acomodação que vitima a maioria dos indivíduos. “Normose”, que, segundo a escritora, trata-se de uma doença que acomete pessoas que querem ser iguais de qualquer jeito.

Arcelina tem razão. A pessoa, muitas vezes, evita a mudança não por falta de opção, mas por questão de hábito. É mais confortável adiar a mudança, permanecer igual, enquadrado aos padrões. “As pessoas continuam com o mesmo estilo de vida até que aquilo colapsa. Tem o jeito natural e o jeito forçado e a maioria ainda prefere o jeito forçado”, explica o psicólogo Magno Antônio.

Mas há também quem consegue perceber a necessidade de mudança antes da avalanche. A conhecida fotógrafa Cidinha Torres é um exemplo de pessoa sempre de bem com a vida, com sorriso no rosto e piada pronta. Cidinha diz que sua satisfação se deve à corajosa decisão tomada em 1990, aos 30 anos, quando abandonou o emprego estável em um escritório de arquitetura.

Mesmo sem contar com outra proposta em vista, constatou que o trabalho na sala fechada a sufocava e o melhor a fazer era sair. “A minha energia ficava acumulada. Saía do prédio no meio do expediente e dava voltas no quarteirão para extravasar de alguma maneira”. Percebeu que se não fizesse algo para mudar, ficaria doente. “Eu estava enlouquecendo. E aí, chutei o balde. Ou vou ser feliz ou vou ser uma pessoa frustrada para o resto da vida”, concluiu.

No mesmo ano, ao visitar uma exposição fotográfica, encontrou a verdadeira vocação e, imediatamente, matriculou-se em um curso de fotografia no Senac. Hoje, é uma das melhores profissionais de Goiás e, aos poucos, penetra no universo do cinema.

Mas exemplos como o de Cidinha são mais raros e mais arriscados, segundo a ótica da Psicologia, que sugere o planejamento, o meio menos radical de se promover mudanças. Ou seja, não se pode, também, jogar tudo para o alto de uma hora para outra, sem algumas garantias.

É preciso levar em conta, primeiro, a origem da insatisfação que costuma acometer as pessoas. O psicólogo Magno Antônio alerta para dois tipos diferentes: o indivíduo que não quer seguir determinado caminho e está disposto a enfrentar as dificuldades da nova opção, e aquele que nunca está satisfeito com nada. A característica mais comum deste perfil é desistir de tudo o que começa e não levar os planos adiante. Ou seja, a cada nova profissão, desiste por não se disponibilizar a enfrentar os desafios decorrentes da escolha.

Quando o assunto é relacionamento a dois, as coisas não são muito diferentes. É possível encontrar pessoas dependentes de parceiros a ponto de se manter numa relação falida e sem amor, e outras que, ao idealizar uma relação perfeita, pula de galho em galho, eternamente insatisfeitas. “As pessoas vêm com ‘kits’. Às vezes, estamos com alguém e nos incomodamos, porque ele bebe ou fuma. Terminamos o relacionamento e partimos para outra. Esse novo par tem, por exemplo, uma família chata. Se não aceitamos o ‘kit’, não aceitamos o nosso parceiro de maneira integral, e nunca estaremos satisfeitos”, esclarece o psicólogo.

Crise
A vida está em constante transformação e nem sempre é fácil nos adaptar a estas mudanças. Mudar é morrer para o velho e nascer para o novo, e a morte não é bem-aceita na cultura ocidental, principalmente se é algo que é fonte de prazer como um vício ou relacionamento. Há quem insista em não se mover. Enquanto tudo está em transformação, a pessoa luta para manter-se na zona de conforto. Essa acomodação a leva para um espaço isolado. Mesmo que a pessoa tenha um círculo de amizades bem amplo, está presa ao mundinho dela, utiliza-se de um sistema de crenças e valores próprios e não muda em nada.

Mas se um belo dia tudo desmorona. O que fazer? O desespero é inevitável, mas pode ser controlado. Aquele tipo de consolo que sempre nos dirigem quando estamos nervosos, vale bem para essas horas: manter a calma é a melhor solução. Não recuse-se a mudar e aceite adaptar-se à mudanças. Quem decide nadar contra a maré, nesse caso, pode acabar ainda pior. “Podem virar casos clínicos, de doenças mesmo. Depressão, psicoses. Casos orgânicos e psicológicos, em que a pessoa entra em colapso e faz loucuras”, considera Magno.

Tendo calma e dando tempo ao tempo, pode-se perceber, de repente, que a tão sofrida mudança foi para o bem. Aquilo que tanto esforçou-se para impedir, pode resultar em algo muito melhor do que a situação anterior.

A dica do psicólogo para quando já se está na crise, é lançar um olhar de fora. Se deslocar, ver-se como espectador da própria vida, manter a calma e, assim, resolver as coisas de maneira ponderada. Perguntar-se também ajuda: o que de melhor posso fazer para mim? E de pior? Sempre pesar os dois lados. Tem-se que tomar cuidado para não tomar decisões precipitadas, nem buscar o lado negativo. Tentar observar a longo prazo. “Na crise, somos tentados a resolver tudo no imediatismo e, no final, a pessoa acaba se colocando numa situação ainda mais difícil”, alerta Magno.

É importante, também, não duvidar de si mesmo, nem da própria capacidade de superação. Não duvide que você conseguirá resistir e que seu corpo vai se adaptar a tudo. As pessoas mudam, as situações mudam, mas todos continuam vivos. Se isso for uma coisa natural, vai ser mais fácil. Não pode-se duvidar da própria capacidade de cura, adaptação e resolução. Todo mundo tem. Todo mundo pode.

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