https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEsjChjzp3FnwpFAZQfxaiWPaua2ndl19OItZ_7C3E_6xH_nd5pW32SyNfiap6P-9nolAY4CN6bvM6UzR_fLldYcyngpvPFup6LHQ1TKJaUHsxDub1h2pQohvuSc5KxDMUTTglj6N9s40/s200/simpatia_quase_amor_verde.jpg

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Cora Coralina - O Cântico da Terra

O CÂNTICO DA TERRA

Eu sou a terra, eu sou a vida.
Do meu barro primeiro veio o homem.
De mim veio a mulher e veio o amor.
Veio a árvore, veio a fonte.
Vem o fruto e vem a flor.

Eu sou a fonte original de toda vida.
Sou o chão que se prende à tua casa.
Sou a telha da coberta de teu lar.
A mina constante de teu poço.
Sou a espiga generosa de teu gado
e certeza tranqüila ao teu esforço.
Sou a razão de tua vida.
De mim vieste pela mão do Criador,
e a mim tu voltarás no fim da lida.
Só em mim acharás descanso e Paz.

Eu sou a grande Mãe Universal.
Tua filha, tua noiva e desposada.
A mulher e o ventre que fecundas.
Sou a gleba, a gestação, eu sou o amor.


A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu.
Teu arado, tua foice, teu machado.
O berço pequenino de teu filho.
O algodão de tua veste
e o pão de tua casa.

E um dia bem distante
a mim tu voltarás.
E no canteiro materno de meu seio
tranqüilo dormirás.

Plantemos a roça.
Lavremos a gleba.
Cuidemos do ninho,
do gado e da tulha.
Fartura teremos
e donos de sítio
felizes seremos.


Cora Coralina

0 comentários:

© 2006-2008 all rights reserved By: Marcelo Gomes e Luciano Max® 2006-2008