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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Novos rumos na história goiana

Novos rumos na história goiana

Quando o interventor de Goiás Pedro Ludovico Teixeira resolveu mudar a Capital do Estado da Antiga Vila Boa para Goiânia, houve gente contra e gente a favor e, claro, nenhuma das partes interessadas era inocente. Mudancistas e antimudancistas discutiram para defender suas posições e interesses. Agora, as negociações para que fosse realizada a mudança ganharam uma nova face. Promotor de Justiça e mestre em História pela Universidade Católica de Goiás, Jales Guedes Coelho Mendonça defendeu em sua dissertação de mestrado que não houve simplesmente um lado a favor e um contra. Além dos dois lados, houve também o grupo que passou pelo que Jales denominou “mudancismo condicionado”, que foram aquelas personalidades que negociaram com o interventor até que a mudança não representasse nenhum tipo de risco a seus interesses, quando então passaram a defendê-la. A pesquisa teve como resultado o livro Assembléia Constituinte Goiana de 1935 e o Mudancismo Condicionado, lançado na noite de sexta-feira, na Livraria Saraiva do Shopping Flamboyant.



O trabalho do promotor foi aclamado por estudiosos, como o professor de História da UFG Noé Freire Sandes, que acredita que o mudancismo condicionado proposto por Jales se tornará leitura obrigatória para quem deseja se debruçar sobre estudos relacionados à mudança da Capital, já que “repõe o diálogo entre presente e passado, enfatizando a tensa negociação entre duas cidades, dois tempos, duas lógicas de poder”.

Contribuições
O trabalho traz duas contribuições principais: a primeira é asseverar que a fonte normativa que legitimou a transferência da Cidade de Goiás para Goiânia, a futura Capital do Estado, foi a Assembleia Constituinte de 1935, e a segunda foi trazer à tona a existência de uma corrente de opinião intermediária entre os grupos mudancistas e anti-mudancistas – o mudancismo condicionado. Para chegar a essas conclusões, o pesquisador mergulhou a fundo em bibliotecas, arquivos antigos, acervos já esquecidos. Pesquisou em mais de 28 periódicos da época, arquivos de todo o Brasil e 98 obras sobre a história goiana, em três anos de trabalho intenso.

Observando registros eleitorais da época, percebeu que nas três eleições que foram realizadas na Capital do Estado, especialmente na Capital na época, a antiga Vila Boa, as forças políticas ligadas ao interventor Pedro Ludovico venceram os pleitos eleitorais. Jales ficou intrigado e percebeu que alguma coisa não estava bem explicada, existia uma lacuna. Se a historiografia goiana sempre afiançou que a população vilaboense era radicalmente contrária ao projeto de mudança de capital, como Pedro Ludovico ganhava as eleições?

Um dos principais personagens dessa história foi Mário de Alencastro Caiado, que passou de firme combatente do projeto de mudança a apoiador do mesmo. Jales Guedes descobriu que nomes como o de Mário temiam que a Capital fosse transferida e eles perdessem o amplo espaço político que já haviam construído na Cidade de Goiás. No entanto, ele e seu grupo político acataram a ideia desde que os vilaboenses não perdessem o status intelectual e educacional já conquistado. Em outras palavras, o Lyceu de Goiás teria que permanecer. “Eu percebi que essa corrente não só existiu como foi majoritária, e recebeu o respaldo do interventor, já que ele prometia amparo e resguardo da decadência à já proclamada antiga Capital do Estado”, explica.


Quem é Jales Guedes Coelho Mendonça
Jales é Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Goiás, Promotor de Justiça no Estado de Goiás desde 1999, especialista em Direito Administrativo pelo IDAG/ Uni-Anhangüera e Mestre em História pela Universidade Católica de Goiás. A Assembléia Constituinte Goiana de 1935 e o Mudancismo Condicionado foi sua dissertação de mestrado, levou três anos para ficar pronto e é o primeiro livro do promotor.


A Assembléia Constituinte Goiana de 1935 e o Mudancismo Condicionado
Jales Guedes Coelho Mendonça
Editora UCG

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